Projeto Portal foi uma revista de contos de ficção científica com periodicidade semestral, editada no sistema de cooperativa durante os anos de 2008 e 2010. A pequena tiragem — duzentos exemplares de cada número — foi distribuída entre acadêmicos, jornalistas e formadores de opinião. Seis números (de papel e tinta, não online). O título de cada revista homenageou uma obra célebre do gênero: Portal Solaris, Portal Neuromancer, Portal Stalker, Portal Fundação, Portal 2001 e Portal Fahrenheit.


Idealização: Nelson de Oliveira | Projeto gráfico e diagramação: Teo Adorno
Revisão: Mirtes Leal e Ivan Hegenberg | Impressão: LGE Editora

sábado, 12 de março de 2011

Erros do cinema



Como a gente sabe, o cinema costuma tomar grandes liberdades com a realidade para tentar nos fazer engolir a mentira que está passando diante de nossos olhos. Neste link, uma tabela que demonstra as grandes falhas encontradas em filmes de ficção científica. Abaixo vou fazer uma tradução livre dos erros mais constantes praticados por Hollywood citados no IO9:

* Não existe som no espaço.
* Seria uma sorte muito grande encontrar outros planetas com a mesma gravidade que a Terra.
* Planetas deveriam possuir uma variedade de ambientes climáticos e não serem apenas um "Planeta-Deserto" ou "Planeta-Gelado".
* A comunicação com criaturas alienígenas deveria ser muito complicada sem a existência de algum tipo de "tradutor" super-tecnológico.
* E esqueçam a possibilidade de se relacionar ou de procriar com alienígenas (Sinto muito, Spock).
* Seres humanos expostos ao vácuo sem um traje espacial não explodiriam em mil pedaços... E um furo no casco de uma espaçonava mataria a toda tripulação exposta ao vácuo imediatamente.
* Não pode haver fogo no espaço, a não ser que haja oxigênio vazando de alguma forma.
* Asteroides ou outros objetos não flutuariam próximos sem ceder à gravidade uns dos outros e colidirem.
* Não dá para desviar de disparos lasers ou outras armas na velocidade da luz.
* Não há porque se mover em slow-motion na gravidade zero...
* Viagem mais rápida que a luz provavelmente não acontecerá.



(Via Neatorama; imagem Dan McPharlin)


-Falando no assunto, interessante ler o artigo "Ficção científica e ensino de ciências: para além do método de ‘encontrar erros em filmes’", de Luís Paulo Piassi e Maurício Pietrocola que encontrei no Capacitor Fantástico. Segue abaixo um trecho:

"Tem sido comum a proposta de empregar filmes de ficção científica — FC — para introduzir conceitos de ciência em sala de aula (Southworth, 1987; Martin-Diaz et al., 1992; Dubeck et al., 1990; 1993; 1998; Freudenrich, 2000; Dark, 2005).

No entanto, muitas vezes, o potencial didático de uma obra é associado à precisão científica das situações retratadas. Assim, filmes que exibem cenas fantasiosas ou mesmo flagrantemente contrárias ao conhecimento científico seriam didaticamente menos relevantes do que as que trazem situações realistas.

Nas pesquisas em ensino de ciências, no entanto, a noção de “erro” conceitual tem sido examinada com critérios menos valorativos, seja por aquelas baseadas no desenvolvimento cognitivo, derivadas dos trabalhos pioneiros de Viennot (1979) e de Saltiel e Viennot (1985), seja pelas ligadas à história e à natureza do conhecimento científico, que mostram como o desenvolvimento do conhecimento no plano individual está sujeito a indefinições e obstáculos similares aos da construção do conhecimento social da ciência, aspecto já destacado nos anos 1980 por Gilbert e Zylbersztajn (1985).

Além disso, também não é possível ignorar que a obra ficcional segue suas próprias leis: aquilo que um cientista consideraria um erro pode constituir uma estratégia narrativa fundamental para que a história atinja o efeito pretendido pelo autor."


P R O J E T O P O R T A L B L O G F E E D