Projeto Portal foi uma revista de contos de ficção científica com periodicidade semestral, editada no sistema de cooperativa durante os anos de 2008 e 2010. A pequena tiragem — duzentos exemplares de cada número — foi distribuída entre acadêmicos, jornalistas e formadores de opinião. Seis números (de papel e tinta, não online). O título de cada revista homenageou uma obra célebre do gênero: Portal Solaris, Portal Neuromancer, Portal Stalker, Portal Fundação, Portal 2001 e Portal Fahrenheit.


Idealização: Nelson de Oliveira | Projeto gráfico e diagramação: Teo Adorno
Revisão: Mirtes Leal e Ivan Hegenberg | Impressão: LGE Editora

sábado, 13 de novembro de 2010

Os irmãos Strugatsky




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Em 1968 foi lançada uma seqüência não oficial para a Guerra dos Mundos, do inglês H. G. Weels. A Segunda Invasão Marciana era uma sátira na qual, após terem sido derrotados em sua primeira tentativa de invadir o nosso planeta, os marcianos voltam, dessa vez com armas ainda melhores: propaganda e corrupção. E eles conseguem: instalam um novo governo, que é amplamente apoiado pela população – afinal agora os habitantes da cidade podem vender seu suco gástrico para os alienígenas, aumentando sua renda, e os fazendeiros recebem subsídios para plantarem trigo azul, usado para produzir um pão extremamente saboroso e para a fabricação ilegal de bebidas alcóolicas.

O livro, cujo subtítulo é Diário de um pensamento saudável – referência ao Diário de um Homem Louco, de Gogol – foi escrito por dois irmãos, Arkady e Boris Strugatsky.

Arkady Strugatski, o mais velho, nasceu em Batumi, na Geórgia, em 28 de agosto de 1925. Ainda bastante novo mudou-se para Leningrado onde, em 14 de abril de 1933, seu irmão Boris nasceu. Seus pais eram Alexandra Ivanova Strugatsky e Natan Zenovievich Strugatsky. Natan Zenovievich, de origem judaica, era um membro ativo do Partido Comunista e morreria de fome em 1942, durante o cerco de Leningrado.

Arkady serviu no exército vermelho entre 1943 e 1955, em Moscou. Ao abandonar a carreira militar casou-se com Elena Oshanina, com quem adotou uma filha. Estudou inglês e japonês no Instituto Militar de Idiomas Estrangeiros e, mais tarde, trabalhou como tradutor e editor para o Instituto para Informação Técnica, Goslitizdat. Entre 1961 e 1964 foi editor da Detgiz (uma editora soviética de livros infantis) e, depois disso, trabalhou como freelancer (traduzindo e escrevendo). Faleceu em 23 de outubro de 1991.

Quando Arkady deixou Leningrado para ir a Moscou, sua mãe estava doente demais para fazer a viagem, e Boris ficou com ela. Sobreviveram à Guerra e, finda esta, Boris cursou Astronomia na universidade de Leningrado, tendo em seguida trabalhado como matemático computacional no observatório de Pulkov. Em 1957 casou com Adelaida Karpeliuk, com quem teve um filho. Em 1976 abandonou o emprego no observatório, trabalhando como freelancer.

Praticamente toda sua bibliografia foi escrita a quatro mãos. Combinando o interesse de Arkady por Arthur Conan Doyle, H. G. Wells e Júlio Verne e os conhecimentos científicos de Boris, os irmãos têm uma extensa produção, que foi alvo de elogiosas críticas e grande sucesso de público, tanto em sua pátria quanto fora dela – coisa que, curiosamente, não aconteceu nos de países língua portuguesa.

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Leia o restante todo o ótimo artigo sobre os autores do romance Пикник на обочине que deu origem ao filme Stalker no blog do Meia Palavra



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