Projeto Portal foi uma revista de contos de ficção científica com periodicidade semestral, editada no sistema de cooperativa durante os anos de 2008 e 2010. A pequena tiragem — duzentos exemplares de cada número — foi distribuída entre acadêmicos, jornalistas e formadores de opinião. Seis números (de papel e tinta, não online). O título de cada revista homenageou uma obra célebre do gênero: Portal Solaris, Portal Neuromancer, Portal Stalker, Portal Fundação, Portal 2001 e Portal Fahrenheit.


Idealização: Nelson de Oliveira | Projeto gráfico e diagramação: Teo Adorno
Revisão: Mirtes Leal e Ivan Hegenberg | Impressão: LGE Editora

sábado, 27 de novembro de 2010

Bilal e o Boxe-Xadrez





Trecho de artigo de Claudio Martini no Terra Magazine sobre Enki Bilal:

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Enki Bilal nasceu em 1951, em Belgrado, Sérvia - a antiga Iugoslávia. Mudou-se com a família para Paris, ainda criança. Após uma passagem rápida pela Escola de Belas Artes, com 14 anos, foi incentivado pelo genial Renné Goscinny (então diretor da Pilote, importante revista francesa de HQ da época) a enveredar pelo caminho das histórias em quadrinhos. Começando com a publicação de ilustrações e histórias curtas na mesma revista alguns anos depois, o desenho de Bilal surpreende já em seu início de carreira. Desenhos em preto e branco, minuciosamente trabalhados, com hachuras criando volumes e sombras, ainda com influência de mestres como Enric Sió e Sergio Toppi, mas buscando seu caminho com muito talento.

Do encontro com o roteirista Pierre Christin, começou a surgir uma série de histórias que mesclavam a política, o realismo fantástico e a ficção científica: La Croisière des Oubliés (O Cruzeiro dos Esquecidos), Le Vaisseau de Pierre (A Nave de Pedra), La Ville Qui n'Existait Pas (A Cidade que Não Existia), Les Phalanges de l'Ordre Noir (As Falanges da Ordem Negra), Partie de Chasse (Partida de Caça). Histórias sombrias, acentuadas pelos desenhos que agora ganham cor, mas continuavam a ser realizados com a mesma técnica de bico-de-pena e nanquim. Os dois últimos são aclamados na França e recebem diversos prêmios.

É com a obra solo La Foire Aux Immortels (1980) que ele consolida sua fama. Este álbum foi o único editado no Brasil, em 1988, pela Martins Fontes, com o título de Os Imortais. Deuses egípcios extraterrestres, naves espaciais pirâmides, governantes fascistas. Talvez uma inspiração para o filme Stargate, de 1994. A política e ficção científica se encontram novamente nessa série de três livros, A Trilogia Nikopol, que seguiria com La Femme Piège (A Mulher Armadilha) e Froid Équateur (Frio Equador). Este último foi escolhido pela prestigiada revista Lire, como o melhor livro do ano em 1993 (entre todos os gêneros). "

A Feira dos Imortais é o mais interessante da Trilogia Nikopol. Quem puder, corra atrás do quadrinho. Esqueça o filme. As histórias com roteiro de Pierre Christin são também muito boas: histórias políticas e adultas de uma forma rara de se ver em quadrinhos, tanto as mais realistas quanto as mais fantásticas...

Um resultado inesperado das histórias de Bilal foi a criação de um esporte bizarro: o Boxe-Xadrez, conforme vemos neste artigo de Pedro Cirne para o UOL Tablóide.


P R O J E T O P O R T A L B L O G F E E D